segunda-feira, 27 de agosto de 2007

14. Amsterdã Parte 2 - (or Norway?)


- Seus olhos estão vermelhos, Sofia.
- São as luzes, bobinho – segurou-me pelo queixo – Olhe pra cima. O que você esperava?
- O que eu espero?
Estávamos no quarto de fundos 914 em um antigo prédio no distrito da Luz Vermelha, seu novo - e provisório - local de trabalho. Não era mesmo tão aconchegante quanto pensava. Eu estava hospedado num conjugado pequeno e muito limpo a vinte minutos de lá.

Fazia duas semanas desde a nossa chegada. Sofia, ao se aproximar da janela, comemorava a Lua cheia cortada ao meio cantando baixinho a única música que sabia em holandês.

- Sei cantá-la em inglês também, Henri. A Orquestra dos kaizers chega na língua dos lords a qualquer canto do mundo, não chega?

I see what I have created
And count the lives that have been wasted
What before was balanced
Has become unbalanced
But, time has been kind to my handiwork


- É provável que chegue, sim. Você poderia cantar outra música também, não acha? Há muito não a vejo com um brilho tão sincero nos olhos. Cante, Sofia. Cante. Fale ao mundo seja em que idioma for, sem, contudo, desviar os olhos da platéia. Diga a quem cabe as suas idéias; aos demais qualquer besteira.

I've laid it brick by brick
I've stood on the bow
And steered the ship straight


- A platéia quer lhe ver, Sofia. Ela quer ser vista também, e você bem sabe.

I've risen in the ranks
And broken some bones
But, my conscience is...


- Tá. Essa música é de uma banda norueguesa, não é não?

...clear.

Nenhum comentário:

 
BlogBlogs.Com.Br