Sempre fui mais escrita que falada. E tu bem sabes, meu amor. Ao meu lado a tua segunda pessoa, a primeira dos meus olhos, é feita de refém. Lanço o lápis sobre o cartão, lanço mão de qualquer antigo encanto. Vou ao pretérito, já mais que perfeito, quando foras tu meu único desejo à procura. Encontro um ponto de interrogação. Vou à tua época, à tua alma tão erudita.
E quando o faço, me atormentas, Henri, de modo que às vezes me canso de ti. És tão profundo e exaustivo que apenas algumas horas, apenas alguns minutos de ti em mim são o suficiente. Pensei em dar-te um concerto de Chopin e até uma ópera de Wagner - algo que o fizesse perceber-me, perceber o que causas em meu corpo; que o fizesse ler o que sinto quando vejo as luzes de tuas páginas e confesso-te que me tenta e que me trai o torpe desejo de fechá-las.
quinta-feira, 16 de agosto de 2007
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