quinta-feira, 27 de setembro de 2007

17. No apartamento de Henri

São 21h17. Henri dá costas ao lustre alto e cor de nada. É dele o primeiro plano.

- Sofia, uma prostituta: é isso que vou ser. Ora, mas você também não o é? Então não me negue. Pouparei-a dos detalhes. Que lhe digo é que me interessam os piores crimes, os piores criminosos. E deles eu quero cuidar.

Henri caminha leve e adiante. Ele diz:

- É para eles que eu vou olhar quando ninguém mais o fizer. Não preciso dizer que prisão nunca foi e nunca será solução para os delírios de um psicótico. Nada muda nada e ninguém a não ser uma possibilidade melhor.

Eu vou dar-lhes...eu vou dar-lhes o meu suor. E ouvirei seus mais infinitos segredos. E, quando então, desbaratinados em enfim liberdade, derem-me as costas, deles já terei colhido os louros e neles depositado o meu esperma.

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